Coito interrompido — vale a pena correr o risco?

O coito interrompido é um método contraceptivo ainda praticado por algumas pessoas, apesar de todos os riscos e pobre eficácia. Neste artigo, discutirmos o coito interrompido, os seus riscos, mitos e alternativas contraceptivas mais seguras e eficazes. 

O que é o coito interrompido?

O coito interrompido não é mais do que retirar o pénis da vagina antes da ejaculação, com o objetivo de evitar a gravidez. Como é um método que exige muito autocontrolo por parte do homem, sendo por isso bastante falível. Consiste em retirar o pénis da vagina antes da ejaculação, com o objetivo de evitar a gravidez. 

Coito interrompido pode engravidar? 

O coito interrompido contracetivo não é de todo funcional, pois a possibilidade de engravidar varia entre 18 e 22%!

O coito interrompido em período fértil

Quando se trata de fazer coito interrompido durante o período fértil, é essencial ter em mente que as chances de gravidez são significativamente maiores. O período fértil é o momento em que a mulher está mais propensa a engravidar, pois é quando ocorre a ovulação e o óvulo está disponível para ser fertilizado.

Mesmo que o coito interrompido seja praticado, é importante lembrar que o líquido pré-ejaculatório pode conter espermatozoides, o que pode levar à fertilização do óvulo. 

Portanto, confiar somente no coito interrompido como método contraceptivo durante o período fértil pode não ser tão eficaz quanto outros métodos contraceptivos mais confiáveis, como o uso de preservativos ou contraceptivos hormonais. É sempre recomendado consultar um profissional de saúde para discutir opções contraceptivas mais seguras e adequadas ao seu caso.

Os mitos do coito interrompido

  • “A mim não vai acontecer!” A tendência para subestimar o risco. As pessoas veem o acontecimento como algo distante e muito improvável, em que a perceção subjetiva parece muito mais fiável do que as estatísticas e avaliações objetivas.  
  • “Detesto preservativos!”" Muitos homens não gostam de usar preservativo por várias razões: desconforto, perda de ereção, perda de sensibilidade e, portanto, de prazer. 
  • “Vamos fazer primeiro!”" A interrupção do momento para lidar com a prevenção é muitas vezes vista como problemática, como se estivesse a quebrar a magia do momento.
  • “É grátis e sem efeitos secundários” Referem-se, por exemplo, às alergias a látex. Contudo, há outros efeitos secundários a longo prazo. 

Os riscos do coito interrompido

As estatísticas dizem-nos que em cada 100 casais que praticam o coito interrompido, pelo menos 20 acabam por ter uma conceção indesejada. Isto também se deve ao facto de, durante o coito com penetração, poder sair líquido pré-ejaculatório do pénis, que serve para lubrificar a uretra e prepará-la para a passagem dos espermatozóides. 

  • Doenças sexualmente transmissíveis: nenhum método contracetivo, a não ser o preservativo, pode proteger contra doenças infecciosas sexualmente transmissíveis, muito menos o coito interrompido. Isto aplica-se a pessoas de qualquer género e orientação sexual, pelo que é muito importante proteger-se, mesmo em caso de sexo anal ou de sexo com pessoas inférteis. 
  • Lembramos que a monogamia não é um fator de proteção. A investigação mostra que, muitas vezes, aqueles que se envolvem em infidelidade tendem a prestar menos atenção à proteção e à saúde sexual da relação. 
  • É uma prática sexista: todo o controlo sobre a gestão do ato de penetração no coito interrompido é deixado à pessoa do sexo masculino (aqui referimo-nos aos homens cisgénero) e a parceira feminina não tem muito a dizer.
  • O coito interrompido pode comprometer a saúde sexual das pessoas e o prazer do momento, com repercussões no bem-estar da relação. Uma das principais contraindicações do coito interrompido diz respeito a doenças e distúrbios sexuais, como prostatite, varicocele, ejaculação precoce e disfunção eréctil. A probabilidade de ansiedade de desempenho e de stress para conseguir sair a tempo é muito elevada, pois exige um excelente domínio dos músculos do pavimento pélvico, desviando o foco do prazer iminente.
Além disso, mesmo quem está a ser penetrado viverá o momento com ansiedade, recendo que o parceiro não consiga sair atempadamente, o que pode levar ao desenvolvimento de bloqueios sexuais, a ter dificuldade em atingir o orgasmo e a sentir pouco prazer. 

O coito interrompido e o HIV 

O vírus do HIV pode estar presente no líquido pré-ejaculatório. Portanto, é altamente recomendado usar métodos de barreira, sendo o preservativo o único capaz de proteger de doenças sexualmente transmissíveis

Alternativas ao coito interrompido

A primeira alternativa é uma boa educação sexual. A consciência da falta de informação sobre estas questões e a vontade de as abordar em locais seguros e informados - sem alarmismo, mas também sem subestimar os riscos reais de certas práticas - é o primeiro passo para sexo mais informado, seguro e prazeroso para todos. 

Existem diferentes tamanhos de preservativos para os homens com pénis maiores. A sua vida sexual mudou quando descobriram que podiam deixar de "sofrer" dentro de um estreito corredor de látex e finalmente relaxar "à medida".

Para as alergias, também existem preservativos feitos de materiais hipoalergénicos. Na verdade, existem diferentes tipos de preservativos e é uma questão de procurar e experimentar para encontrar o que melhor se adapta à tua sensibilidade e ao teu prazer. 

Ainda existe o receio de quebrar o momento de excitação erótica? Existem muitos truques para aprender a usar o preservativo rapidamente e sem constrangimentos, talvez até com uma pitada de brincadeira e ironia. Lembremo-nos que o sexo é também e sobretudo uma dimensão lúdica! Em vez de o sentirmos como uma interrupção, podemos ver esta passagem como um momento dedicado ao respeito mútuo, uma pequena escada para subir e depois escorregar no prazer em conjunto. 

Quanto ao custo, será certamente inferior ao de um acontecimento inesperado, como uma gravidez não desejada ou o tratamento de uma infeção. É preciso começar a encarar a prevenção como um investimento no futuro (pessoal e do casal) e não como uma despesa: protegermo-nos e protegermos as pessoas com quem temos relações sexuais é um importante ato de cuidado e respeito!

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